Conforto acústico em apartamentos pode se tornar diferencial de vendas
Título | Conforto acústico em apartamentos pode se tornar diferencial de vendas
Fonte | Blog da Mirian Gasparin / Online – Internet – Blog – 19/07/2012
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Nos últimos anos, as construtoras vêm recebendo reclamações de clientes por problemas de ruídos nas novas unidades adquiridas. Com a entrada em vigor da Norma de Desempenho (NBR 15.575), cuja exigibilidade está prevista para início de 2013, muitas empresas já começaram a buscar soluções para melhorar o conforto acústico. Uma delas é a Tecnisa que, a partir de 2006, observou um aumento das queixas relativas a ruídos. Estas passaram de 0,08% (em 2005) para 0,51% (em 2007). Os consumidores reclamavam de ruídos de impacto (o famoso toc toc na laje do vizinho de cima), além de barulho excessivo em instalações hidráulicas (principalmente descargas) e equipamentos de elevadores. “Fomos buscar soluções e testamos diversos produtos e sistemas e já, em 2008, o índice de queixas caiu para 0,25%.”, explica o engenheiro do departamento de Desenvolvimento Tecnológico, da Tecnisa, Luiz Henrique Manetti.
Em 2007, foram ensaiadas dez soluções para atenuar ruídos em instalações hidráulicas, e apenas uma atendeu às premissas do projeto. “Os fabricantes, em geral, desconhecem o desempenho e até a vida útil de seus produtos. Isso começa a melhorar aos poucos, com a parceria entre construtoras e indústria”, analisa Manetti.
Em relação aos ruídos de impacto, a empresa optou por construir lajes de maior espessura, com ou sem contrapiso, combinadas com mantas isolantes acústicas. “Avaliamos diversas soluções, desde lã sintética, mantas de borracha, polietileno, argamassas especiais, etc. Optamos pela manta de polietileno, que apresentou o melhor custo benefício”, explica Manetti.Segundo ele, todos os empreendimentos da Tecnisa superam o desempenho acústico mínimo exigido pela Norma de Desempenho, sendo que alguns de mais alto padrão ficam acima do desempenho intermediário. “Devido ao baixo custo e alto retorno de conforto para o cliente, os tratamentos acústicos se tornaram padrão na maioria das obras da Tecnisa. Em 2008, eram 200 unidades com tratamento acústico e, em 2010, esse número subiu para duas mil unidades”. Manetti informa ainda que o número de vendas por indicação na Tecnisa é bastante alto, demonstrando que o esforço na busca de soluções de conforto acústico gera retorno.
De acordo com o coordenador da Comissão de Edificações da ProAcústica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica), Juan Frias, a entidade pretende criar um manual para orientar os construtores a respeito de ensaios e das soluções que podem ser adotadas, já que a Norma de Desempenho apenas define as classes de desempenho acústico (mínimo, intermediário e superior) e não indica como atingi-los. “Até o final do ano, pretendemos fazer um trabalho experimental com as construtoras, a fim de orientá-las sobre como devem ser feitas as medições acústicas e seus critérios. Sabemos que unidades residenciais com conforto acústico podem vir a representar um diferencial de vendas para as construtoras, já que a tendência é a poluição sonora aumentar, na medida em que crescem as cidades”, avalia Frias.