Consultoria de acústica para obra de rede de gás reduz nível de ruído de canteiro de 85 dB para 45 dB
A Giner Sound Vibration, empresa associada à ProAcústica, é responsável pelo estudo, mapeamento e avaliação dos níveis de ruído de perfuratriz, ruído defundo (residual) e incômodo (total), além de soluções para mitigação de ruído.
Uma obra de
perfuração para implantação de duto para reforço da rede de gás natural de
grandes dimensões, na região da Estrada do Alvarenga, próximo à Represa
Billings, São Bernardo do Campo, em São Paulo, foi alvo de consultoria da Giner
Sound Vibration. O escopo do trabalho incluiu estudo, mapeamento e avaliação
dos níveis de ruído na fonte e no receptor, ruído de fundo (residual) e
incômodo (total), e soluções para mitigação de ruídos. As obras estão sendo
executadas pela Azevedo & Travassos para a Comgas e Empresa Metropolitana
de Águas e Energia S.A (EMAE Billings).
De acordo com o
engenheiro José Carlos Giner, diretor da empresa, o trabalho, com cinco meses
de duração, começou com um grande desafio, pois não havia histórico sobre essas
fontes sonoras, já que a perfuratriz tinha sido utilizada somente na Alemanha,
Sibéria e Alasca, tendo sua primeira utilização no Brasil. “Trata-se de um
equipamento que perfura o solo e injeta simultaneamente tubulações de grande
diâmetro. Além disso, também era necessário atenuar os ruídos de geradores e
bombas”, explica Giner.
Para ter uma ideia
dos níveis de ruído e vibrações envolvidos, a Giner recebeu da empresa responsável
pela locação e operação da perfuratriz e dos equipamentos de apoio, um extenso
relatório técnico completo, com as potências acústicas de todos os equipamentos
do sistema envolvidos na operação. “O ruído antes ficava em torno de 85 dB, e
conseguimos alcançar um resultado de atenuação de 45 dB”, descreve o
engenheiro.
Medições e mapeamento
Para que esse
resultado fosse alcançado, foi realizado um estudo por meio de software de
propagação sonora, o Soundplan v 7.0, que resultou na elaboração de vários
mapas de ruídos, do entorno do terreno, com as diferentes potências que seriam
utilizadas durante a operação da perfuratriz.
“Realizamos várias
medições de ruído residual (nova denominação de ruído de fundo pela nova NBR
10.151) nas áreas próximas da instalação do equipamento, em diversos dias da
semana e em horários diferentes, a fim de caracterizar o ruído orgânico da
região. Como o canteiro de obras localizava-se ao lado uma zona de proteção
ambiental, a Represa Billings, e de edificações residenciais, a situação
requeria todo esse cuidado no cumprimento da legislação pertinente”, lembra
Giner.
Depois, o modelo foi
conferido e ajustado com a utilização do mesmo software. De posse dos mapas de
ruído residual e dos mapas de propagação simulados da perfuratriz e das
máquinas, através da potência acústica informada, tiveram início os projetos
das medidas mitigatórias.
Mapa de ruído GSV AT antes da mitigação |
Mapa de ruído GSV AT depois da mitigação |
Fotos: Divulgação da Empresa Associada Ginner
“Outro grande desafio
era a necessidade de soluções de rápida implementação, e com custo-benefício
adequado, pois as operações da perfuratriz se resumiriam a apenas três meses.
Como medidas mitigatórias, o nosso projeto especificou, então, cabines
confinantes para gerador e bombas, e uma barreira acústica, construída em
placas metálicas modulares, para serem reutilizadas posteriormente, com um
detalhe específico que concebemos para atender às características planialtimétricas
do terreno”, destaca.