Escolas do barulho: Poluição sonora nas escolas pode gerar problemas de aprendizagem e até danos à audição
Título | Escolas do barulho: Poluição sonora nas escolas pode gerar problemas de aprendizagem e até danos à audição
Fonte | Portal Segs – 25/02/2015
Autora | Cristina Freitas
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Milhões de estudantes do país estão de volta às aulas. A animação e a algazarra nas escolas, no entanto, escondem um sério problema: os danos à audição, que podem ter início nos primeiros anos de estudo, em meio ao barulho excessivo dentro e fora das salas de aula.
Exemplos não faltam. O ronco do motor de ônibus e carros na rua, os gritos de gol que vêm da quadra de esporte, as conversas em voz alta no corredor, sem falar do falatório dos alunos em sala de aula. São barulhos tão corriqueiros nas escolas que não se percebe as conseqüências de tudo isso. O fato é que esse ruído em excesso pode causar diversos prejuízos à saúde, como estresse, falta de concentração e até uma progressiva perda auditiva.
O “barulho ensurdecedor”, reclamação de muitos professores, não é somente um jeito exagerado de se referir ao incômodo. Com o passar do tempo, alunos e professores, expostos diariamente a sons altos, podem ter a audição comprometida, já que a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) tem efeito cumulativo.
“Quanto maior a frequência a ambientes barulhentos ao longo da vida, maiores as chances de danos à audição, que podem começar ainda na infância. No ambiente escolar, a gritaria da turma, somada aos ruídos que vêm da rua e do trânsito, prejudica o bem-estar de todos, comprometendo não apenas a concentração e aprendizagem, mas também os ouvidos”, adverte a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.
E a barulheira das crianças frequentemente tem efeito multiplicador. Os alunos vão gritar para fazer ouvir sua voz entre outras crianças barulhentas. O professor, por sua vez, faz tamanho esforço para ser compreendido que também acaba gritando sem perceber. Ao mesmo tempo, outros alunos movem suas cadeiras para frente e para trás para apanhar um lápis no chão, ir ao banheiro ou simplesmente conversar com o colega de trás. Medidas simples que atenuam o problema são colocar feltro sob mesas e cadeiras escolares; e exigir dos alunos que falem mais baixo – a começar pelo professor.
Estudo realizado pela Universidade de Oldenburg, na Alemanha, confirmou que em muitos colégios o barulho nas salas de aula passa do tolerável. No Brasil, alguns colégios particulares já se preocupam com o tema.
O limite suportável para o ouvido humano é de 65 decibéis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Acima disso, o organismo começa a sofrer danos. Para as salas de aula, a Associação Brasileira de Normas Técnicas estipula que o limite tolerado é de 40 a 50 decibéis. Muitas classes, no entanto, atingem 80 decibéis, principalmente as que têm mais de 25 estudantes. Além disso, o barulho no pátio, na hora do recreio, pode chegar a mais de 100 decibéis.
Se pessoas com boa audição são prejudicadas com tanto barulho na escola, imagine um aluno que já sofre de perda auditiva. “Ouvir o professor com tanto ruído ao redor é difícil, mas a tarefa torna-se impossível para uma criança com dificuldades auditivas. As escolas precisam buscar alternativas para enfrentar o problema”, alerta a fonoaudióloga, especialista em audiologia.
Foi lançado no Brasil, pela Telex, o Sistema FM Amigo que permite a comunicação direta de professores com crianças e jovens com deficiência auditiva. Esta tecnologia, utilizada dentro das salas de aula, é fundamental para ajudar esse aluno a entender com clareza o que o professor está ensinando. O sistema é composto por um microfone (transmissor) e um receptor. A pessoa que está falando, no caso o professor, utiliza o microfone acoplado à roupa e sua voz é transmitida diretamente para o ouvinte, que é o aluno. Isso ajuda a cortar qualquer efeito negativo de distância, eco ou ruído de fundo, mantendo o sinal da fala original alto e claro.
“Pais e professores precisam estar atentos para problemas de déficit auditivo de seus filhos e alunos, que muitas vezes passam despercebidos. É necessário avaliar a audição das crianças, principalmente no início da fase escolar, para evitar problemas de aprendizagem, futuros danos auditivos ou mesmo o agravamento de alterações já existentes”, aconselha Marcella Vidal.
Na Telex, as pessoas encontram, além do Sistema FM Amigo, um completo programa infanto-juvenil conhecido como Cuidado Auditivo Amigo da Criança que oferece soluções e serviços pediátricos exclusivos, no intuito de oferecer um futuro melhor para toda criança com perda auditiva.