25 de abril: Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído
25 de abril: Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído
Na próxima quarta-feira, ProAcústica instalará equipamento para medir e mapear poluição sonora na av. Paulista, em tempo real.
Data | 25 de abril
Hora | das 8h00 às 18h00
Local | av. Paulista, em frente ao Masp
No dia 25 de abril, próxima quarta-feira, a ProAcústica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica) promove uma ação avenida Paulista, próxima ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), das 8h00 às 18h00, para chamar atenção para o Dia Internacional da Conscientização sobre Ruído, International Noise Awareness Day (Inad). A entidade irá montar equipamento de medição de ruídos, com o acompanhamento de técnicos, que mostrará em tempo real, no seu site (www.proacustica.org.br), um mapa sonoro do local (cartografia), com os resultados da medição e variação do ruído durante todo o dia. No site, além do mapeamento haverá links para informações a respeito dos efeitos nocivos do ruído sobre a saúde humana, imagens, vídeos e links que tratam do assunto.
O Dia Internacional da Conscientização sobre Ruído, International Noise Awareness Day (Inad) foi criado há 17 anos, nos Estados Unidos, pela League for the Hard of Hearing, hoje Center for Hearing and Comunication, para promover o evento mundial de conscientização, que consiste em 60 segundos de silêncio, a fim de demonstrar o impacto do ruído na vida cotidiana.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde o ruído é considerado um problema mundial de saúde pública e a segunda causa de poluição que mais afeta o planeta, atrás apenas da poluição do ar. Com isso, vem crescendo a incidência de perdas auditivas causadas pelo ruído, inclusive em crianças e adolescentes. Segundo a OMS, cerca de 120 milhões de pessoas no mundo têm a audição afetada pelo ruído. Além disso, o ruído em excesso, acima de 55 dBA, também causa doenças tais como stress, insônia, irritabilidade, pressão alta, problemas cardíacos e nas cordas vocais, interferindo diretamente no funcionamento do organismo e na qualidade de vida.
O objetivo da ProAcústica é chamar a atenção da população e das autoridades públicas para o problema, a fim de criar medidas mais eficazes e punições mais severas para reduzir a poluição sonora nos centros urbanos. Pretende também atuar na modernização da legislação nacional sobre ruído, considerada inadequada, e modernizar as normas técnicas brasileiras relacionadas à acústica, a NBR 10.151 e a NBR 10.152, já ultrapassadas, tanto em termos de limites de ruído, quanto de metodologia. A ProAcústica participa do grupo de trabalho da ABNT, liderado pelo arquiteto João Gualberto de Azevedo Baring, conselheiro da ProAcústica para a revisão das normas do setor, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP, fundador e ex-pesquisador da Área de Acústica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que foi chefe do Núcleo de Estudos de Acústica do IPT, de 1979 a 1987.
Cartografia sonora
O Brasil está bastante atrasado em relação ao combate à poluição sonora, se comparado aos países da Europa e mesmo aos da América Latina. De acordo com Davi Akkerman, presidente da ProAcústica, é necessário criar uma metodologia para a elaboração de uma cartografia sonora (mapas de ruídos) das cidades brasileiras. “A cartografia sonora é uma ferramenta de apoio a decisões para o planejamento e ordenamento urbano, com vistas à redução e gestão de ruído nas cidades, que ajuda o poder público a tomar decisões sobre estratégias sobre zoneamento, com identificação de áreas prioritárias para redução de ruídos e preservação de zonas com níveis sonoros apropriados”, explica. Assim, as prefeituras poderão elaborar planos e estabelecer regras para licenças de exploração de atividades econômicas com emissões sonoras significativas, ou interditar atividades e até a construção de novos edifícios, quando o ruído exceder os valores regulamentares.
Segundo Nicolas Isnard, coordenador da Comissão de Acústica Ambiental da ProAcústica, a cartografia sonora é útil para fazer a planejamento de infraestrutura de transportes, estabelecendo limites para operação de ferrovias, aeroportos, rodovias, metrô, e embasa também estudos de impacto sonoro de edificações industriais, comerciais, corporativas, habitacionais, e do setor de entretenimento, como bares e restaurantes, entre outras atividades, identificando a eventual necessidade de medidas de redução de ruído, tanto na fase de projeto como de obras em uso.
“Sabemos que a questão da poluição sonora não será resolvida de um dia para outro. Mas precisamos começar a trabalhar agora, a fim de estabelecer um Plano Diretor de Ruído para uma cidade como São Paulo, por exemplo, a tempo de evitar um ‘caos sonoro’. Nossa meta é auxiliar o poder público e a sociedade civil na elaboração de cartografias sonoras e textos de leis conforme a metodologia consagrada internacionalmente, para o Brasil e América Latina, trabalhando em conjunto com outros países do continente”, destaca Isnard.
Segundo ele, nos países da Europa já está em vigor desde 2002 a Diretiva Europeia, que trata da gestão da poluição sonora no meio ambiente. Na América Latina, cidades como Santiago (Chile), Bogotá, Medellín e Cali (Colômbia) já dispõem de cartografia sonora. “Em São Paulo, por exemplo, a Cetesb e a Secretaria do Verde e Meio Ambiente passaram a exigir estudos de impacto ambiental de ruído para ferrovias, estádios e rodovias. Pretendemos criar uma metodologia e parâmetros para fazer simulações, a fim de viabilizar a gestão de ruído ambiental nas cidades”, explica ele.
Saiba mais sobre a ProAcústica – www.proacustica.org.br
A ProAcústica Associação Brasileira para a Qualidade Acústica é um entidade civil sem fins lucrativos, que reúne empresas e profissionais para o desenvolvimento da Acústica Aplicada no Brasil, para divulgar a importância da qualidade acústica nas edificações e no meio ambiente. Criada em março de 2011 para estimular iniciativas de combate à poluição sonora nas grandes cidades brasileiras e nas edificações, a ProAcústica pretende colaborar com a criação, revisão e desenvolvimento de normas técnicas, de normas para materiais e aplicações acústicas com padrões mínimos de qualidade.