ProAcústica na High Design mostra que conforto acústico e design são itens que se complementam
Oportunidade, excelência e qualidade definem a participação, pelo segundo ano consecutivo, da ProAcústica na High Design, Home & Office Expo 2019, com a Ilha ProAcústica. A ilha contemplou a exposição das últimas novidades em design, tecnologia e inovação para os mercados residencial e corporativo. E no ARQ+ Smart Construction, um espaço de conteúdo e debates, o tema Conforto dominou os talks com a participação de vários especialistas acústicos.
Oportunidade, excelência e qualidade definem a participação, pelo segundo ano consecutivo, da ProAcústica na High Design, Home & Office Expo 2019, com a Ilha ProAcústica. A ilha contemplou a exposição das últimas novidades em design, tecnologia e inovação para os mercados residencial e corporativo. E no ARQ+ Smart Construction, um espaço de conteúdo e debates, o tema Conforto dominou os talks com a participação de vários especialistas acústicos. Para Edison Claro de Moraes, presidente da ProAcústica, “o evento se mostrou estratégico para os associados ampliarem o relacionamento com arquitetos, designers de interiores, construtores, lojistas de alto padrão, compradores internacionais e investidores em um contexto de negócios e inovação”.
A Ilha ProAcústica contemplou a exposição das últimas novidades em design, tecnologia e inovação para os mercados residencial e corporativo de quatro empresas associadas. Nos estandes das empresas associadas expositoras, a Atenua Som apresentou as esquadrias antirruído de PVC que oferecem um excelente desempenho termoacústico, resistência e durabilidade, garantindo um ambiente confortável; a Isover/Placo, do Grupo Saint-Gobain, mostrou a Ecophon, em Nuvens Solo e Gedina, indicadas para ambientes comerciais em geral e inseridas na categoria A de absorção acústica; a OWA Sonex trouxe, entre outros produtos, as placas acústicas Fiberwood, produzido de matérias-primas naturais e recicláveis e fibra de madeira mineralizada, que oferecem ótima performance acústica, segurança ao fogo, ação bacteriostática e fungistática, resistência à umidade e elevada durabilidade; e a Trisoft deu destaque para as Nuvens (painéis acústicos horizontais) e Baffles (produzidos em lã de PET) indicados para absorção dos ruídos.
No ARQ+ Smart Construction, um espaço de conteúdo e debates, o tema Conforto dominou os talks com a participação dos arquitetos Fernando Alcoragi, Lineu Passeri Júnior e Marcos Holtz; além dos engenheiros acústicos Raquel Rocha e Juan Frias, sob a curadoria e mediação do editor da revista Projeto, Fernando Mungioli.
No segundo dia do evento foi lançado o Manual para Qualidade Acústica de Auditórios – um guia prático e orientativo com boas práticas para os projetos de acústica de auditórios. A publicação é uma iniciativa da ProAcústica, por meio do Comitê Acústica nas Edificações – Grupo de Trabalho GT Salas Especiais, formado por representantes das empresas associadas de projeto e consultoria acústica e de fabricantes de produtos acústicos.
O arquiteto José Augusto Nepomuceno, coordenador do GT Salas Especiais, responsável pela publicação, falou ao público sobre as demandas do mercado no segmento e os principais aspectos técnicos que devem ser levados em consideração por profissionais na elaboração desse tipo de projeto. Participaram também do talk o arquiteto e prefaciante, Edison Borges Lopes, vice-presidente da AsBEA,; e o vice-presidente de Atividades Técnicas da ProAcústica, Marcos Holtz.
De acordo com Nepomuceno, “a ideia do grupo de trabalho foi fazer um manual com uma estrutura de instrução útil e que não fosse um nicho muito pontual, especializado, como salas de concertos, teatros ou reformas de casa de ópera, que não constituem um mercado muito grande no Brasil. “Fizemos algo voltado para centenas de auditórios de empresas, centros de convenção, hotéis, centros empresariais, entre outros locais, que estão sendo construídos ou renovados no Brasil sem nenhum cuidado de projeto, quanto mais de acústica”.
No talk sobre Boas práticas acústicas para hotéis e restaurantes, o consultor, arquiteto e diretor da Akkerman Alcoragi Acústica Ideal, Fernando Alcoragi, abordou os desafios da acústica em ambientes complexos – de grande circulação e ruído – como restaurantes e hotéis. Segundo ele, “o que acontece em ambientes como esses sem tratamento acústico, com várias pessoas reunidas, é que acabam virando uma espécie de um ‘banheirão’. Onde temos que falar cada vez mais alto com o interlocutor e ele com a gente”.
Segundo Alcoragi, no caso dos restaurantes, a solução é utilizar materiais que tenham um bom coeficiente de absorção sonora. “Hoje temos matérias-primas de diversas fontes para trabalhar. Por exemplo, madeira, gesso, desde que não sejam lisos, entre outros. Podem ser em forma de nuvens, buffles, revestimentos de paredes, forros e pisos. “Solução é o que não falta para todos os gostos e tipos. O ideal, nesses casos, é que se tenha um consultor que oriente qual é a solução correta”, explica.
Em hotéis, Alcoragi se concentrou nos quartos. Segundo ele, “normalmente as paredes divisórias são feitas de drywall e precisam ser especificadas com o isolamento necessário”. Além disso, o conjunto parede e porta que separa o quarto do corredor de circulação são primordiais para o bom desempenho acústico. Lajes, tanto de piso quanto de teto, precisam ter a espessura e receber o revestimento adequado. “Em um projeto de hotel, o consultor de acústica interferirá até no projeto de estrutura. Validando ou não a espessura da laje”, conclui Alcoragi.
O segundo talk abordou o tema Boas práticas acústicas para ambientes corporativos, com a participação do consultor Lineu Passeri Júnior, sócio proprietário da Passeri Acústica. Ele iniciou explicando que hoje há uma grande preocupação em isolar os escritórios do ruído urbano. “A boa isolação de um escritório em relação ao ambiente externo acaba gerando problemas que decorrem dessa não permeabilidade acústica com o meio externo”, explica.
Segundo o especialista, não é por acaso que uma das principais reclamações dos colaboradores de grandes escritórios decorre de excesso de ruído. Essas reclamações só perdem para o desconforto térmico. Os grandes escritórios estão, normalmente, localizados em grandes lajes nos centros urbanos que possuem em sua maioria muito ruído proveniente do trânsito de veículos.
“O ruído que normalmente os funcionários costumam reclamar vêm da reunião de todo o processo de trabalho nesses ambientes. Ou seja, desde os equipamentos de ar condicionado até a comunicação do ruído entre ambientes. As divisórias entre postos de trabalho costumam ser subdimensionadas ou não existem. Os principais cases de sucesso no ambiente coorporativo são os mais eficientes na medida em que se procura mitigar esses problemas na concepção do projeto”, destaca Passeri.
Para Juan Frias, sócio diretor da Bracústica, no talk do último dia, sobre o tema Conforto que se vê: as possibilidades criativas nos projetos de acústica residencial, corporativo e grandes obras, o grande desafio da acústica é fazer com que os designers de interiores se convertam em aliados. Para ele, em ambientes coorporativos, na área de staff de escritórios panorâmicos, o importante é uma acústica que consiga proporcionar bom desempenho e concentração. Ao mesmo tempo atingir um nível de ruído baixo, mas não tão baixo em que as pessoas consigam se distrair com qualquer barulho. “Você acaba entendendo muita informação que te desvia do trabalho”, explica Frias.
A acústica de projetos residenciais teve destaque nas falas de Raquel Rocha, coordenadora de projetos do escritório Giner. Segundo Rocha, o conforto acústico na maioria das vezes em residências é deixado em segundo plano. “É interessante esse tema, pois acaba quebrando o mito que a maioria das pessoas tem de que os materiais de acústica são feios e o forro modular não pode aparecer. Hoje é possível, com a diversidade de produtos, atender uma acústica com valor estético adequado em projetos residenciais”.
Para Marcos Holtz, da Harmonia Acústica, que abordou as grandes obras evidencia que cada uma possui uma especificidade. No caso de aeroportos, existem alguns conceitos que são imprescindíveis, como a inteligibilidade da voz. Ela faz com que as pessoas ouçam os anúncios do alto falante com as chamadas para os voos. “Ali o importante é não perder a chamada”, explica ele.
Porém, segundo Holtz, em outras grandes obras a complexidade aumenta, principalmente quando se tem muitos usos diferentes simultâneos. “Fizemos um projeto que juntava uma escola de balé para 800 alunos; outra de música com 3000 alunos; e três salas de teatro. Um espaço muito complexo. Como resolver o controle do ruído, o isolamento sonoro e o condicionamento acústico dos espaços? Quando o projeto tem muitos usos e fluxos simultâneos, temos que analisar como todos se cruzam”, conclui.