A ProAcústica e Câmara Municipal de São Paulo promovem no final de abril a I Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora, no Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, o International Noise Awareness Day (INAD).

Os dias 28, 29 e 30 de abril deverão representar um marco importante para São Paulo, pois pela primeira vez na história da cidade a população, o poder público, especialistas e as entidades do setor da construção civil irão discutir a poluição sonora, questão que vem se agravando a cada ano. É que a Câmara Municipal de São Paulo, em realização conjunta com a ProAcústica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica), promoverá a I Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora. O evento acontece por ocasião do Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, o International Noise Awareness Day (INAD), cuja data oficial neste ano é 30 de abril.

De acordo com o presidente da ProAcústica, Davi Akkerman, São Paulo é uma das maiores cidades do mundo e das mais poluídas e, portanto, deve liderar o combate à poluição sonora no país. “Hojeuma das questões urbanas mais complexas é a poluição sonora, que incomoda toda a população, além de uma das principais causas de deterioração da saúde pública. A Conferência é um marco, pois é a primeira vez que se discute a questão de uma maneira tão ampla e na casa do cidadão paulistano, que é a Câmara Municipal da cidade. A meu ver essa é uma grande oportunidade de mostrar para o público e para os vereadores paulistanos os efeitos nocivos do ruído. Só assim podemos encontrar meios de combater esse mal, por meio de leis eficazes e ações permanentes de educação e conscientização”, destaca.

O presidente da ProAcústica destaca ainda que faz parte da missão da associação promover e divulgar as questões relacionadas à acústica e destaca a parceria com o vereador Andrea Matarazzo que, no ano passado, regulamentou a realização dessa Conferência anual na Câmara Municipal de São Paulo, por meio da Resolução n. 18, de 27 de agosto de 2013. “Com isso, esperamos uma tomada de consciência do poder público (legislativo e executivo), imprescindível para promover um diagnóstico inicial e estabelecer uma política de gestão dos ruídos urbanos”, explica Akkerman.

Entre os temas tratados na Conferência estão o mapeamento sonoro das cidades, suas ferramentas e metodologias para diagnóstico e planejamento da gestão ambiental urbana; legislações e normas; qualidade de vida, bem-estar e saúde pública; e políticas públicas para redução, gestão e controle de ruídos urbanos. Também serão apresentados “cases” de cidades que implantaram o mapeamento sonoro, conseguindo mudanças qualitativas em relação a ruídos, como as cidades de Almada (Portugal), Valência (Espanha) e Fortaleza (Brasil).

Nessa primeira edição da conferência, participam da Comissão Técnica responsável pela organização e palestras a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego); CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo); IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas); PSIU Programa de Silêncio Urbano – Prefeitura de São Paulo; SECOVI-SP; SINDUSCON-SP; Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; Auris Projetos; Ouvido no Ruído (Movimento popular pelo controle da poluição sonora), entre outras entidades.

Na cidade de São Paulo, ano a ano, a questão da poluição sonora vem ganhando destaque no ranking das queixas encaminhadas à Ouvidoria Geral do Município. De acordo com relatório anual da Ouvidoria, em 2013, a perturbação ao silêncio foi a terceira maior fonte de reclamação dos paulistanos, atrás apenas do atendimento prestado por órgãos municipais e das questões ligadas à poda e corte de árvores. “São Paulo não tem uma política pública para ruídos e vibrações. A legislação municipal está defasada e precisa de aperfeiçoamentos” afirma Matarazzo, lembrando que o Programa de Silêncio Urbano (Psiu), instituído em 1994, e modificado em 2002, necessita urgentemente de atualização.

Mais informações sobre a programação e inscrições: http://www.conferenciaruidosp.com.br/