ProAcústica cria Comitê de Pisos e Mantas
Comitê vem discutindo, desde 2014, o aperfeiçoamento de informações técnicas sobre os pisos flutuantes, para melhorar o desempenho acústico em lajes de edifícios habitacionais. O objetivo principal é a elaboração de um “Manual de Recomendações Básicas para Pisos Flutuantes”, que irá servir de ferramenta para orientar sobre informações técnicas padronizadas.
No final de 2014, a ProAcústica criou, um Comitê de Pisos e Mantas para discutir e aperfeiçoar informações técnicas e orientações relativas aos pisos flutuantes, com o objetivo de melhorar o isolamento acústico em lajes de edifícios habitacionais. O objetivo principal é a elaboração de um “Manual de Recomendações Básicas para Pisos Flutuantes”, que irá servir de ferramenta para orientar sobre informações técnicas padronizadas. O público alvo da publicação são os fabricantes, profissionais de projeto e especificação, construtoras e incorporadores, instaladores, e também o usuário/morador. O desenvolvimento do conteúdo conta com a participação de diversos associados da ProAcústica, com lançamento previsto para o final de 2015.
Um dos primeiros passos do Comitê foi fazer um levantamento junto às empresas associadas fabricantes de mantas acústicas, para apurar se possuem Relatórios Técnicos de ensaios e, em caso de não dispor deles, se têm interesse em realizar os ensaios recomendados. A partir desse levantamento, a ProAcústica identificou possíveis laboratórios nacionais e internacionais, com credibilidade, histórico e experiência com as normativas de ensaio de mantas acústicas para pisos. Desde então, vem negociando a possibilidade de pacotes de ensaios a custos mais competitivos como forma de incentivo e estímulo às empresas fabricantes em ensaiar o maior número possível de produtos. A recomendação é de um conjunto de ensaios em que para cada amostra de produto (manta acústica), deverá haver quatro Relatórios Técnicos. As tratativas finais, remessa de material e operacionalização dos ensaios, serão realizadas diretamente entre as empresas associadas e o laboratório selecionado.
Segundo Rafael Schmitt, da Scala Db Acustica, coordenador do Grupo Técnico do Comitê, a iniciativa surgiu devido à carência de informações técnicas coerentes por parte dos fabricantes de mantas acústicas para pisos. “O principal objetivo é criar uma ferramenta básica para orientar e padronizar informações com base em normas internacionais, na ausência de normas nacionais”, destaca.
Até o momento já foram realizadas quatro reuniões. Os pontos discutidos até agora foram: estrutura do manual, conteúdo, índices acústicos (grandezas) adotados para que os fabricantes possam realizar os ensaios recomendados, recomendação de laboratórios de credibilidade e habilitados para os respectivos ensaios.
“O desconhecimento sobre o tema é geral, incluindo construtoras, engenheiros, arquitetos, instaladores, dentre outros. O hábito de comprar materiais ‘por preço’ ainda está presente na cultura da construção civil no Brasil. Mas, aos poucos, isso tende a mudar, pois a NBR 15575 exige o atendimento ao ‘desempenho’ dos sistemas. Na ausência de informações técnicas padronizadas e de orientações, os compradores ficam em dúvida ao comparar desempenho e custo dos materiais. Assim, muitas vezes, acabam comprando materiais sem saber qual resultado será atingido na respectiva obra ou projeto”, esclarece Schmitt.
Schmitt lembra ainda que, no país, há pouca tradição de especificação de materiais por desempenho. Consequentemente impera a falta de comprovação de eficiência acústica e vida útil dos produtos, via relatórios técnicos resultantes de ensaios. Além disso, a execução, que depende de mão de obra qualificada, também representa um gargalo, já que a grande maioria não faz a instalação de acordo com os cuidados necessários, resultando em perda de desempenho ou futuras patologias nos pisos, contrapisos e revestimentos. “Com a finalização do Manual de Recomendações, o Comitê poderá avançar orientando programas de treinamento de mão de obra para a indústria fornecedora de pisos e mantas responsável pela capacitação de instaladores, a exemplo do que ocorre no setor de drywall, com orientação sobre todos os detalhes e cuidados para obtenção dos resultados esperados”, adianta Schmitt.
Segundo o coordenador, o prazo para finalizar os trabalhos do Comitê e o Manual de Recomendações Básicas vai até o final de 2015. “A ideia é produzir uma ferramenta para sistemas de Pisos Flutuantes (desconexão de piso da estrutura) com orientações básicas como conceitos e terminologias, índices acústicos, projeto de pisos flutuantes, instalação, orientações específicas para construtoras e incorporadoras, usuários/moradores, além de referências normativas nacionais e internacionais”, explica.
Com isso, acredita Schmitt, toda a cadeia produtiva será beneficiada. “O conforto acústico é algo indispensável quando se vive de forma coletiva em edificações. Atualmente, as reclamações relacionadas às questões acústicas (entre vizinhos, ruído externo, etc.) são as campeãs na lista das construtoras”, finaliza Schmitt.
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