ProAcústica marca presença na High Design 2018 com exposição e talks no espaço Arq+ Smart Construction
A associação participou pela primeira vez do espaço ARQ+ Smart Construction da High Design Home & Office Expo – feira de negócios, relacionamentos e conteúdos para produtos e serviços nas áreas de arquitetura e interiores, com a Ilha ProAcústica apresentando expositores associados com soluções do mercado acústico e os talks sobre conforto sonoro voltados para os profissionais de especificação, entre outros
A ProAcústica participou pela primeira vez do espaço ARQ+ Smart Construction da High Design – feira de negócios, relacionamentos e conteúdos para produtos e serviços nas áreas de arquitetura e interiores, com a Ilha ProAcústica, com estandes e talks. Durante três dias, a High Design, Home & Office Expo – que inclui mobiliário de alto padrão – levou ao São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, entre os dias 28 e 30 de agosto, palestras, exposições, mostras e eventos simultâneos como ARQ+ Smart Construction, Hotel Business Meeting, Office Connection, Conad e Prêmio Salão Design.
Nesta estreia da associação na High Design, estiveram presentes na Ilha ProAcústica as empresas associadas Atenuasom, Aubicon, Owa Sonex e Casalille além da ProAcústica e Revista Projeto que ocuparam uma área de 200 m2 entre estandes e área de talks. “A feira foi um sucesso e chegamos a receber mais de 1.100 visitantes qualificados em nosso estande. Foi uma das formas de divulgar ao mercado que os produtos acústicos destinados à redução de ruído e conforto para convivência e comunicação também oferecem design para os mais diversos estilos arquitetônicos”, afirma Luciano Marcolino, diretor da Owa Sonex. A empresa apresentou, além da linha de painéis acústicos de madeira, a nova Linha 3D de Placas e Painéis Suspensos – Baffles e Nuvens, com formatos que incluem elementos curvos, piramidais, côncavos e convexos. As placas acústicas são personalizáveis, feitas de um material semirrígido, incombustível, possibilitando customizar o seu formato. Podem ser instaladas em placas diretamente coladas no teto ou como painéis verticais, os Baffles, ou ainda em painéis horizontais, as Nuvens Acústicas.
O espaço de talks, que reuniu especialistas de acústica, profissionais de arquitetura, design de interiores, entre outros, teve como curador de conteúdo e mediador, o jornalista Fernando Mungioli, diretor da Arcoweb e Revista Projeto. Os diversos temas dos talks (Conforto, Tecnologia e Futuro) atraíram o interesse, com público médio por apresentação de 45 profissionais com 15 minutos de exposição seguidos de mais 15 para perguntas e respostas dos presentes.
Os talks começaram com a intervenção de José Augusto Nepomuceno, consultor principal da Acústica & Sônica. Falando de salas especiais, Nepomuceno elevou o grau de interesse da plateia quando revelou os bastidores de projetos e obras como a sala São Paulo, a sala Minas Gerais e a Praça das Artes. Para o consultor, as antigas separações – e até confrontos – entre a estética e a acústica ou entre os acústicos e os arquitetos estão desaparecendo. Nepomuceno carrega no currículo a experiência em projetos fora do Brasil, em especial nos Estados Unidos. Para ele, um projeto como o da sala Minas Gerais (que utilizou um modelo em escala 1:50 para testar as perdas de reverberação, com faísca e microfone em miniatura) pensa na escuta. “O artista sente a plateia, esgoela-se num palco, preenchido por uma orquestra, e a música tem que circular”, afirmou. Enfim, para ele, o trabalho do projetista de acústica se aproxima do processo de “cavocar um oco numa escultura”.
Para Meire Costa, sócia diretora da Casalille, “a participação foi ótima porque o público ficou extasiado com o produto, que é um revestimento acústico e térmico para paredes. São produtos franceses que a Casalille traz com exclusividade para o Brasil e que fazem às vezes de um papel de parede, pois são decorativos”, diz Costa.
No segundo talk do dia, Marcelo de Godoy, engenheiro eletricista e mecânico da Modal Acústica, falou sobre a mudança que vem ocorrendo no mercado imobiliário. Para Godoy, existe uma parcela de incorporadores e construtores que “está chegando agora. Na outra ponta, tem gente inovando com sistemas construtivos e materiais. Entre um e outro, existe um meio que domina as informações mas percebe que o mercado não é tão ágil assim”, afirma. E os moradores de apartamentos continuam reclamando dos problemas de acústica. Para Godoy, as coisas não mudam da noite para o dia. “Até pouco tempo, não tinha Norma de Desempenho, o mercado trabalhava com critérios estrangeiros e as ações dependiam da opinião de um juiz. Agora, temos alguns anos de gestação e revisão da NBR 15575, com critérios objetivos, procedimentos e equipamentos de aferição, para definir a responsabilidade no projeto e na obra.” Contudo, existe um consenso entre os acústicos: o apelo da saúde com o ganho invisível do conforto acústico para o morador vem sendo ignorado pelo mercado. Pior ainda: não explora esse ganho como apelo de marketing.
No segundo dia da High Design, o primeiro talk reuniu a arquiteta Priscilla Bencke, da Bencke Arquitetura para conversar sobre neuroarquitetura, e Marcela Barros, da Harmonia Acústica, em torno do tema corporativo. Pouco divulgado no Brasil, os temas da neuroarquitetura abordam questões de uso do espaço construído com apoio da neurociência. Para Bencke, nem sempre adianta perguntar ao usuário como ele se sente, imerso num ambiente construído para a convivência humana, seja residencial ou de trabalho. “Ele não necessariamente sabe a resposta. Com um sensor que mede a condutância da pele e a pressão sanguínea ou por simulações em realidade virtual, podemos melhorar a forma de fazer projetos”, afirma.
Na visão de Marcela Barros, o trabalho começa com a análise da cultura da empresa. “A interferência do ruído na saúde e no bem-estar de quem está trabalhando só perde para a temperatura”, revela a profissional. É evidente que o que está previsto no anteprojeto acústico será incorporado pelo contratante como um conjunto de recomendações ou indicações gerais. “Nossas pesquisas com as reclamações dos usuários ou colaboradores recebem um enfoque de psicoacústica para simular resultados com base em um layout.”
Em seguida foi a vez do talk, com o engenheiro José Carlos Giner, do escritório Giner, sobre elementos acústicos em ambientes corporativos. Giner fez referência ao perigo que correm alguns projetos de sala. “Uma boa reflexão tem de ser mantida para não matar a voz, por exemplo”, afirmou Giner. O consultor lembrou que as indústrias, hotéis, shoppings e bancos, hoje, têm muito vidro no ambiente. “Nesses casos, estamos especificando filmes plásticos absorventes microperfurados para absorção. Usamos também difusores de madeira ou de cerâmica 3D em projetos de condicionamento.”
De acordo com Daniel Jin Ho Kim, da Aubicon, que levou à High Design os pisos produzidos com um blend de borrachas, a recepção do público foi variada. “Nossos pisos são novos para o mercado corporativo e residencial. Expor os produtos na feira contribuiu para despertar o interesse do público”. Os pisos da empresa são fornecidos em rolos ou em formatos personalizados como placas ou hexágonos.
No terceiro e último dia dos talks, foi a vez do consultor Lineu Passeri Júnior, da Passeri Acústica, falar sobre design para ambientes acústicos. Passeri lembrou que, até pouco tempo, os elementos de iluminação, mobiliário e revestimento “não diziam respeito” ao isolamento sonoro. A diversidade de programas e os novos usos – além das normas – forçaram os designers a incorporar um número maior de componentes no escopo acústico. Lineu citou diferentes programas com as tendências de especificações mas lembrou que o mobiliário, por exemplo, ainda não caminha em paralelo com a acústica.
Nancy Devai, da Owa Sonex, encerrou o ciclo de talks acentuando o papel dos fabricantes no sentido de evitar os improvisos. Engenheira química especializada em marketing e acústica, Devai levou o interesse da plateia para conceitos como ação bacteriostática e controle de partículas em suspensão. Na visão da engenheira, da empresa que ela representa e, talvez, de boa parte da indústria, a falta de informações e detalhes executivos no projeto aumentam o improviso na etapa de obra, aumentando seus custos e esticando o prazo previsto. “Para o fabricante, a especificação ideal fornece ao arquiteto todas as informações necessárias, desde características de produto, que ser simplificada sem abandonar a descrição completa, até detalhes de acabamento, fixação e interface com outros elementos”, sugere Devai. Nos últimos anos, a empresa responde às necessidades de conforto acústico com identidade corporativa, instalações à mostra, resistentes ao fogo e com alto grau de performance.
A empresa associada Atenua Som, levou a janela termoacústica em PVC, com micro persiana entre vidros. O sistema de perfis de multicâmaras internas oferece desempenho termoacústico, resistência e durabilidade, para ambientes em busca de baixa interferência de ruídos externos. Para Nicole Fischer, diretora da empresa, “estar presente em um evento como esse, com profissionais em constante atualização, nos permite mostrar que a eficiência acústica e térmica é tão importante quanto a estética”.
Criada a partir da tradicional feira Casa Brasil, organizada pelo Sindmóveis de Bento Gonçalves, a High Design Home & Office Expo pretende assumir a posição de plataforma multimídia de negócios e conteúdo para um público superior a 20 mil visitantes, número 30% maior do que a da feira de 2017, em torno de negócios, networking e conteúdo, para uma plateia profissional de arquitetos, designers de interiores, construtores, lojistas de alto padrão, compradores internacionais e investidores.
Galeria de Imagens
Fotos: João Carniel